Terapia Manual 17 - julho - 2013 Sem categoria9 comentários

 

Muito recentemente foi publicado na revista Manual Therapy um estudo muito interessante que aborda o polêmico tema da sustentação do arco longitudinal medial do pé. Muito se sabe a respeito da importância de uma boa sustentação desse arco plantar para a reabilitação de diversas condições. No entanto além disso, muito se discute a respeito de qual o melhor maneira de promover a formação e manutenção do arco. Sendo assim trazemos esse estudo que apresenta achados muito úteis a essa discussão.

 

Resumo

 

Um programa de treinamento específico com ênfase no recrutamento neuromuscular dos músculos intrínsecos do pé, usualmente conhecido como exercício do “pé curto” (EPC) (Short-foot exercise), tem sido sugerido como um meio para fornecer suporte dinâmico ao arco longitudinal medial (ALM) durante tarefas funcionais. Um design de estudo com um único grupo, usando medidas repetidas pré e pós-intervenção foi utilizado para determinar se um programa de treinamento de 4 semanas da musculatura intrínseca do pé afetaria a quantidade de queda navicular (QN), aumentaria o índice de altura do arco (IAA), melhoraria o desempenho durante uma manobra de alcance funcional unilateral, ou a avaliação qualitativa da capacidade de manter a posição de arco na postura em pé sobre um único membro em um coorte assintomático.

 

Vinte e um indivíduos assintomáticos (42 pés) completaram o programa de treinamento EPC de 4 semanas. A queda navicular dos sujeitos diminuiu em média de 1,8 mm após 4 semanas e 2,2 mm após 8 semanas (p <0,05). IAA aumentou de 28 para 29% (p <0,05). Desempenho da musculatura intrínseca do pé durante uma atividade de balanço estático unilateral melhorou de um grau moderado para bom (p <0,001) e indivíduos experimentaram uma melhora significativa durante o equilíbrio funcional e tarefa de alcance em todas as direções, com exceção de um alcance anterior (p <0,05 ).

 

Este estudo oferece evidências preliminares que sugerem que o treinamento EPC pode ter valor no suporte estático e dinâmico do ALM. Mais pesquisas sobre o valor desse tipo de exercício de intervenção na postura do pé ou sobre populações de pacientes com patologia específica são justificadas.

 

 

Uma das possíveis críticas a ser feita ao estudo é que a altura navicular (ou medidas associada ao arco do pé) não foram avaliadas durante atividades funcionais como caminhar ou correr por exemplo, atividades que se atribui geralmente uma importância grande para a geração de disfunções associadas às mudanças do arco do pé. Futuros estudos devem avaliar isso.

 

Outros métodos são usados por fisioterapeutas para a elevação do arco.  A bandagem e a pamilha são exemplos. A saber em um outro blog deste site abordamos o uso da pamilha com uma comparação entre a pré-fabricada e a individualizada(Menz de 2009). A saber não houve diferença entre as mesmas (apesar da individualizada custar 3 vezes mais no geral). Veja em:

 

http://www.terapiamanual.com.br/blog/palmilha-personalizada-ortese-e-mais-cara-mas-nao-demonstra-ser-melhor-do-que-a-pre-fabricada-padrao/

Posts relacionados

Ative o Wp-posts relacionados plugin para ver a lista de post relacionados!

9 Comentários

Georgina Di Delvazzio

17 de julho de 2013

Gostaria de saber qual exatamente foram os exercicios usados? Alguem leu o artigo? Obrigada

Grupo Terapia Manual

22 de julho de 2013

Artigo já está postado

Att.

Grupo Terapia Manual

Gabriela Bognotii

22 de julho de 2013

Talvez sejam os de puxar a toalha com os pés? Tb estou curiosa para saber….uso um que peço p o paciente ficar levantando o próprio arco….queria saber se é bom!

Rafael Lazar

29 de julho de 2013

Colegas,

O exercício é pedir para o paciente tipo tentar enrolar o pé trazendo a cabeça dos metatarsos em direção ao calcanhar (o que força o levantamento do arco) mas eles nao podem usar garra com os dedos. Puxar a toalha a meu ver tende a fazer o uso da garra dos dedos….

abracos

Gabriela Bognoti

2 de agosto de 2013

Obrigada Rafael! Sabes me dizer qtas vezes repetições etc?

Rafael Lazar

8 de agosto de 2013

Gabriela pelo que eu me lembro eles davam umas 12 repetiçoes 2 vezes ao dia mas pediam para eles aumentarem conforme eles nao sentissem mto cansaço (ou seja ia aumentando aos poucos durante o dia).

Att

Rafael

Roberto Cerqueira Filho

9 de setembro de 2013

Curioso. Sempre achei que tais exercicios nao funcionavam pois nao sao funcionais…..preciso lera pesquisa toda para ver como foram feitos….mas pelo que entendi é bem isso mesmo neh? Puxar a toalha, enrolar o pé…..E a medida do arco foi feita com o paciente caminhando? Abraços

Joel Lockwitz

26 de setembro de 2013

Colegas.

A ideia eh interessante mas vejo que nao eh muito funcional isso. Nao li o artigo inteiro mas alguem sabe dizer se avaliaram na funçao e atividade? Seria interessante de saber se “enrolar” o pé funciona mesmo……

Pedro Galhardo

5 de novembro de 2013

Entao, eles colocaram uma avaliacao dentro da função de alcance e ficar em unipodálico, mas nao avaliaram o caminhar, que creio q seria mais importante e funcional. Encaro isso como um viés da pesquisa, no entanto ja é um indicio q esse tipo de exercicio pode sim ajudar. Faltaria agora avaliar em outras funcoes!!

Deixe uma resposta

Seu Nome: (Obrigatório)

Seu e-mail: (não será publicado) (Obrigatório)

Seu Website:

Sua Mensagem:

Enviar Comentário