Terapia Manual 3 - agosto - 2011 Sem categoria12 comentários


Efeitos da bandagem Kinesio comparada a bandagem esportiva não elástica (rídida) e sem bandage durante uma perturbação em inversão súbita em atletas masculinos

Kristin Briem, Hrefna Eythörsdöttir, Ragnheidur G. Magnúsdóttir, Rúnar Pálmarsson, Tinna Rúnarsdöttir, Thorarinn Sveinsson. J Orthop Sports Phys Ther 2011;41(5):328-335

PROJETO DO ESTUDO: Estudo de laboratório controlado.

OBJETIVOS: Examinar o efeito de 2 tipo sde bandagem adesiva comparada a nenhuma na atividade muscular do fibular longo durante uma perturbação repentina em inversão nos atletas masculinos (futebol, handball, basquetebol).

BACKGROUND: As entorses de tornozelo são comuns nos esportes, e os músculos  fibulares tem um papel em fornecer a estabilidade funcional do tornozelo. A bandagem do tornozelo  profilática com bandagem esportiva não-elástica tem sido usada para restringir a inversão do tornozelo. A bandagem Kinesio, uma bandagem elástica esportiva não foi estudada para essa finalidade.

MÉTODOS: Cinquenta e um atletas masculinos de primeira divisão foram testados para a estabilidade funcional de ambos os tornozelos com o Star Excursion Balance Test. Baseado nos resultados, aqueles com as 15 pontuações mais elevadas e aqueles com as 15 mais baixas da estabilidade foram selecionados para um teste adicional. A atividade muscular do longus dos fibularis foi então medida por eletromiografia de superfície durante uma perturbação repentina da inversão. Cada participante foi testado sob 3 circunstâncias: bandagem no tornozelo não elástica, bandagem Kinesio Tape para o tornozelo, e sem nenhuma bandagem no tornozelo.

RESULTADOS: A atividade muscular média significativamente maior foi encontrada quando os tornozelos estavam com a bandagem não elástica comparada a nenhuma bandagem, enquanto a Kinesio Tape não teve nenhum efeito significativo na atividade muscular média ou máxima comparada a nenhuma bandagem.

CONCLUSÃO: A bandagem esportiva não-elástica pode aumentra o suporte dinâmico dos músculos do tornozelo. A eficácia de Kinesio Tape em impedir entorses de tornozelo através do mesmo mecanismo é improvável, já não teve nenhum efeito na ativação do músculo fibular longo.

Fonte: J Orthop Sports Phys Ther 2011;41(5):328-335

 

Comentários do GTM: Os profissionais que se utilizam de bandagens devem avaliar e respeitar o conhecimento acadêmico. As bandagens Kinesio estão “populares” mas nem sempre se mostram compatíveis com seu uso proposto.

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12 Comentários

Gabriel Teixeira

4 de agosto de 2011

Interessante. Talvez a qustao eh q o proposito dessas bandagens kinesio nem seja evitar “lesoes”, proteger uma articulacao etc….o efeito seria outros como reducao da dor, melhora da circulacao etc mas para falar a verdade devid a minha difuculdades com o ingles eu tenho lido pesquisas sobre isso tb….abraco

Gabriel Teixeira

4 de agosto de 2011

ops correcao acima….devido a minha dificuldade com o ingles eu NAO tenho lido as pesquisas….

Giulianne

4 de agosto de 2011

Apesar da pouca ou nenhuma evidência do uso do kinesio tape, acredito que em alguns casos seja uma boa opção.Tenho uma sequência de vídeos com a aplicação do kinesio em um paciente com dor para abdução do ombro que mostra grande aumento da amplitude indolor.(o que pra ciência não é nada, mas pra mim é!)
Com relação ao artigo:em primeiro lugar, 2 coisas diferentes foram comparadas.A “quantidade de a/eferência” de uma bandagem rígida tradicional é muito maior.Talvez se colocássemos vários kinesios a resposta seria semelhante…jogadores de futebol jogam com faixa crepe ou elástica pra deixar o tornozelo “estável”.O que dizer?
Em segundo lugar, foi visto o efeito “agudo” das duas bandagens.Sabemos que a bandagem rígida perde o efeito, talvez por acomodação ou por perda das propriedades do material.Se o kinesio tiver um efeito discreto, mas que perdure, talvez tenha uma importancia maior na reabilitação.
Terceiro:evidências a parte,como qualquer outra técnica manual, a aplicação é terapeuta dependente.95% dos fisios que eu conheço não sabem biomecânica, não têm raciocínio clínico e é de se esperar que não utilizem bandagem adequadamente.
Quarto:se colocarmos a benevolência dada a qualquer outra técnica da moda de lado, alguns bons resultados podem ser encontrados.
Quinto:tenho visto muito bons resultados (com uma colega que sabe aplicar, eu não sei direito) quando há indicação.
Sexto:acho que pesquisadores e clínicos precisam se falar mais.

Terapia Manual

5 de agosto de 2011

Colegas,

A saber a publicacao acima não esta avaliando se kinesio funciona ou nao, se eh melhor ou pior do que a bandagem rígida, se consegue uma melhor abdução do ombro sem dor ou se os fisios sabem aplicar ou nao. A pesquisa esta claramente apontando que, para prevenção de entorses de inversao, a bandagem rígida é eficaz e a kinesio não é. Considerando que a metodologia da pesquisa foi muito boa, não vejo como argumentar contra isso.

Acho que clínicos e pesquisadores sempre precisam “se conversar”. Mas acho que os pesquisadores tem ouvido bem aos clínicos, o contrario nao (aqui no Brasil). O fato de vc ter uma bandagem que foi criada claramente de maneira empirica e comercial ter sido levada para o laboratorio é sinal que os pesquisadores tem dado ouvido sim aos clinicos. O oposto é que precisa acontecer por aqui e as estatisticas provam: a venda e uso de bandagens kinesio hj eh 10 vezes maior no Brasil do que as bandagens funcionais, sendo que há um número de pesquisas muito maior mostrando a eficácia da última do que a kinesio, o que mostra que fisio brasileiro não tem dado muita importância as pesquisas.

Agora Giulianne o argumento de que “pra ciência não significa nada mas para mim sim” impede qualquer tipo de argumentação futura sobre o assunto já que na profissão FISIOTERAPIA hoje em praticamente todos os países do mundo, ciência ainda é a base do conhecimento na formação deste profissional. Se sua crença pessoal está acima de tudo não vai ser nenhum artigo, publicação, pesquisa, curso ou universidade que vai guiar suas ações terapêuticas…. há que ter um meio termo no assunto: observar e interpretar o mundo a sua volta da sua maneira com sua experiência mas também dar oportunidade para que haja desenvolvimento do conhecimento e o mesmo chegue até nossos pacientes. A saber eu sou um clínico não um pesquisador….

Sergio Marinzeck

Giulianne

6 de agosto de 2011

Sérgio

O que eu quis dizer com “pra ciência não significa nada mas para mim sim” é que bons resultados clínicos sem comprovação científica continuam sendo bons resultados.E que se partíssemos do seu pressuposto, hoje não utilizaríamos terapia manual, já que ela foi AMPLAMENTE utilizada sem comprovação e o que temos hoje são na maior parte deduções de excelentes comprovações.
O estudo pode estar metodologicamente perfeito, ganhar um prêmio, mas não conheço ninguém que está tentando substituir a bandagem rígida de tornozelo por um kinesio de fibular.Então qual a aplicação disso???Pra mim não muda nada!!!
Como eu disse, benevolência a parte.Não é porque virou moda que não tem sua importância.E não estou defendendo o kinesio, nem tenho porque.Nunca colocaria algo que mal conheço acima de recursos que já consagrados.Não dou tiro no pé.
Quanto a minha crença pessoal estar acima de tudo, vc tem razão.Entretanto ela é construída a partir da leitura de artigos, publicações, discussões com grupos/associações de clínicos da minha área , atualizações em cursos e aplicação de tudo na realidade do meu trabalho, que nem sempre oferece as CNTP dos estudos.
Se vc baseasse suas condutas de 10 anos atrás somente em publicações, não acreditando nos resultados empíricos a sua frente, vc não faria o que faz hj.
E fique tranquilo, a ciência sempre guiou e sempre guiará meus procedimentos.Se não me preocupasse com ela, nem estaria perdendo meu tempo respondendo…
obs:fisio brasileiro compra esparadrapo, não bandagem funcional!Avise o pesquisador!

Gabriel Delfino

25 de agosto de 2011

Caros colegas de profissão,
Em primeiro lugar parabéns ao grupo terapia manual pela iniciativa do Blog. Acho que esses locais (blogs) para debates vem a contribuir para o conhecimento e consequente valorização da classe Fisioterapêutica. Com relação aos comentários sobre o artigo, acho importante destacar que aqui está somente disponível o abstract, sendo que para um melhor compreensão do estudo é importante avaliar como os resultados foram discutidos e apresentados, assim como a metodologia a partir da qual os resultados foram obtidos. Cada vez mais os pesquisadores estão conduzindo suas pesquisas à partir de problemas clínicos e também fundamentados na literatura, o que contribui cada vez mais para desenvolvimento da famosa pratica baseada em evidências. Infelizmente o contrário não é verdadeiro, os clínicos é que não acompanham o que a ciência tem a acrescentar (muitas vezes por puro preconceito com a área cientifica e na maior parte pela acomodação ao senso comum). O importante com relação a ciência, é o fisioterapeuta saber de onde tirar a sua informação, muitos sites (já que hoje em dia internet é o principal meio de busca) divulgam estudos sem a minima qualidade e que claramente possuem conflito de interesse, seja com o produto ou técnica, por isso o ideal é ter senso crítico ao ler os artigos.
O fisioterapeuta não precisa deixar de aplicar tal técnica somente porque ela não é fundamentada em estudos baseados em ensaios clínicos controlados e randomizados (os RCTs, que não são muitos na fisioterapia), o fisioterapeuta tem que saber discernir se os benefícios que o paciente vai ter com tal técnica (seja qual for) são maiores que os potenciais riscos que ela possa oferecer.
Acredito eu, que o fato de usarem esparadrapo como bandagem na clínica já é ponto para uma outra discussão que compete ao tipo de profissional e a qualidade de serviço que ele oferece, vai da consciência. Mas também já daria um estudo não? Por exemplo: Comparar o efeito da bandagem feita com esparadrapo com as principais bandagens comerciais existentes, os resultados seriam interessantes não?, vai que não tem diferença ou que realmente as comerciais são melhores.
Gabriel Delfino

Sergio Marinzeck

26 de agosto de 2011

Bem colocado Gabriel! Certamente o estudo deve ser avaliado em sua integra já que não é possível se obter detalhes metodologicos e outros apenas pelo abstract. A questão aqui são duas: o estudo inteiro ficaria muito grande para um blog (sao discussoes mais sucintas aqui) e nao poderiamos colocar integral devido aos direitos de propriedade da revista. A referencia entretanto está ai e assumimos que o profissional deva buscá-la se tem interesse.

Eh um tópico bem interessante…estou escrevendo um outro texto que vou postar com uma revisão mais geral da literatura sobre bandagens.

Concordando com o que voce disse: pesquisas mais norteiam do que determinam ações terapêuticas. A prática clínica é o melhor das experiências individuais somando ao melhor das investigações e pesquisas, o melhor do conhecimento aceito pela comunidade profissional, as bases das ciencias da saude (ex: anatomia, fisiologia) e até o que o paciente tem como objetivo e o terapeuta tem como recurso… sem mencionar questoes culturais e sócio-econômicas que modificam em muito o resultado da terapêutica….

Gabriel Loredo

3 de setembro de 2011

Bandagem tem muito efeito bom (mecanico etc) mas o maior efeito que to vendo eh na cabeça das pessoas mesmo com essas bandagens coloridas e “perfumadas”…. Se tem efeito melhor eu nao sei mas que tem um comercialismo enorme tem sim! Ai eu ja desconfio… Tem que ver essas investigacoes mesmo. Muita empresa ganhando dinheiro com a saude das pessoas….

Cesar Loureiro Cabedelli

8 de setembro de 2011

Gabriel nao concordo com seu comentario e saber outros acima. Sou praticante de kinesio faz alguns anos e só vejo benefícios com tal uso. Kinesio não é bandagem colorida e perfumada como vc diz e nao entendo porque não tem um moderador aqui para ver isso! Tem muitas pesquisas sim destas bandagens. Tem um lado comercil sim mas aplico em meus pacientes e dah mto resultadoe isso eh o q importa…. O produto eh novo entao ainda nao ha investigacoes disponiveis mas vai ter em breve e vcs vao ver….

Terapia Manual

10 de setembro de 2011

Colegas. Em resposta aos últimos 2 comentários acima, há sim um moderador aqui. Este blog são PESSOAS lidando e moderando comentário de PESSOAS. Ambos os posts foram aprovados pois não infringiram as regras do blog.

Celso Bognotin

Ricardo Tiz

11 de dezembro de 2011

Achei esta pesquisa recente que nao eh exatamente o mesmo assunto do tópico (entorse em inversao) mas eh um comprarativo do uso de kinesio:

Acta Orthop Traumatol Turc. 2011 Sep;45(5):335-41.
The effects of additional kinesio taping over exercise in the treatment of patellofemoral pain syndrome.
Akbaş E, Atay AO, Yüksel I.

Bom eu soh li o resumo entao nao poderia opinar mto com isso. Mas eles dizem que o estudo foram 2 grupos com sindrome patelo-femoral que recebemram o mesmo tratamento por exercicios, mas 1 grupo recebeu as bandagens kinesio. O grupo que recebeu estas bandagens nao teve nenhuma melhora adicional do grupo que nao recebeu….

abracos

Pedro Simao

5 de setembro de 2012

Analisando o artigo (na integra)comparando Kinesio e bandagem nao-elastica:
Fiquei com uma duvida – o artigo apresenta dois resultados: 1.individuos mais instaveis tem maior pico de atividade muscular apos a perturbação;
2.quando os individuos de ambos os grupos usavam a bandagem nao-elastica tambem apresentavam maior atividade muscular.
Pois bem, se maior atividade muscular para estabilizar o tornozelo é uma caracteristica de individuos mais instaveis entao a bandagem nao-elastica nao pode ser considerada melhor neste caso, já que com ela os individuos atingiram maior atividade muscular.
O que acham disto?

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